quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cupcakes : A Origem - em busca do Red Velvet

Desde o começo do ano, em março mais ou menos, comecei a praticar uma arte que eu sempre gostei, mas nunca havia tentado: a culinária. Tudo começou com uma dúzia de forminhas de silicone compradas em Pedreira (SP), em 2012, quando as mulheres saíram para comprar o enxoval de casamento da minha irmã, e a entrosa aqui, até então com seus 14 anos, comprou-as pensando que chegaria em casa e faria cupcakes, como num passe de mágica, mas não foi bem assim. As forminhas ficaram paradas por pelo menos um ano e meio, antes de serem finalmente usadas. Nesse meio tempo, comecei a assistir Cake Boss e aprendi cálculo estequiométrico, além de começar a fazer almoços e jantas, e enfim, parece que todos os fatores estavam lá, e se juntaram para que eu me introduzisse no mundo da cozinha, e todas as ideias se consolidassem na prática e na teoria.



Criei coragem, liguei para minha amiga de infância, (dona do blog: radardamodaecia.blogspot.com),  srta. Marina Galvan, e resolvi estrear as formas.  Uma das massas que eu mais tinha curiosidade de conhecer e que apareciam sempre no seriado de Cake Boss, foi a de veludo vermelho (Red Velvet), logo, resolvi fazê-la. Mas tenho de admitir que foi uma ideia burra, por que a massa não é das mais fáceis e nós nunca havíamos feito nada mais elaborado que um brigadeiro. A primeira vez, como era de se esperar... deu errado. Tudo bem que foi por falta de atenção na hora de colocar um dos ingredientes (foi até que justificável), mas acabamos jogando dez cupcakes fora.

Porém, minha lombriga não iria desistir até saber que gosto tem veludo vermelho. Tentamos novamente e os cupcakes não ficaram maravilhosos, em questão de beleza da massa, mas aí recheamos com ganache de chocolate meio amargo e geleia de morango silvestre, e ficou top, principalmente em gosto. Por fim, me conformei que para uma primeira vez na cozinha, não ficariam iguais aos do Buddy Valastro, então eu dei um desconto.


A massa não cresceu muito e eu desconfio que foi por causa de uma reação meio chatinha (pois tem que ser muito rápido e ágil para que dê certo) entre bicarbonato de sódio e vinagre. Esses foram os cupcakes recheados e com cobertura :


De acordo com os nosso pais, eles ficaram ótimos, mas como pais são sempre suspeitos, (principalmente mães, em caso de esforço contínuo, e em situações relacionadas à cozinha, pois elas sabem o quanto é ruim quando uma receita não dá certo) eu resolvi tentar outra vez algum tempo depois, porém, com massa diferentes; e assim, fui me aprofundando, desenvolvi uma receita perfeita de Brownie (depois eu posto aqui), fiz cookies, e hoje, quando eu já aprendi a acertar a massa (mais ou menos né, baunilha ainda se mostra complexa pra mim), posso brincar de misturar recheios e coberturas diferentes. Porém, de todas as vezes que eu fiz um cupcake de Red Velvet, nunca me parece que está perfeito. Simplesmente não consigo assimilar que toda aquela propaganda que todos fazem seja simplesmente esse gosto. Não é que veludo vermelho seja ruim, é muito bom, mesmo; mas eu esperava (e ainda espero) algo magnífico, não sei, diferente daqueles que eu faço, e simplesmente nunca me parece tão bom quanto as minhas expectativas.

 Nessa última semana de aula, fiz alguns para levar e distribuir para os meus amigos (como uma lembrancinha de Natal, um agrado, xamego, chame como quiser), e pela primeira vez, eu obtive um resultado mais satisfatório do que das outras vezes (em gosto, e aparência da massa).


No entanto, eu ainda tenho um último resquício de esperança, em encontrar uma receita que transforme todas as minhas expectativas e imaginações em realidade. Assim como várias damas esperam por seu príncipe encantado, eu espero por uma receita de Veludo Vermelho que me encante, me faça sorrir e dizer: per-fei-to.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Resenha Crítica: Os Segredos de Colin Bridgerton

Para quem não sabe, “Os Segredos de Colin Bridgerton” é o quarto livro de romance da série “Os Bridgertons”, da autora inglesa Julia Queen.  A série fala sobre oito irmãos, todos com as iniciais de seus nomes em ordem alfabética (Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Eloise, Francesca, Gregory e Hyacinth), que vivem em uma Londres no fim do século XVIII para o XIX, em busca, basicamente, de um bom casamento, que equivale para eles, ao amor verdadeiro.




 Cada livro conta a “história de amor” de um filho, e por incrível que pareça, todas se diferem, apesar, de uma maneira ou de outra, cada uma envolver uma dificuldade que as pessoas enfrentam na hora de se relacionar de forma amorosa. E para ser sincera, nem eu mesma imaginava que eram tantas. A autora o faz de forma tão singela que é impossível não se deixar levar pelos problemas e imaginar soluções com eles.
É o tipo de romance em que você se apaixona pelo personagem principal em cada volume (o que só dificulta a busca de nós, mulheres, pelo amor verdadeiro), uma vez que todos os homens são cavalheiros e bons de seu próprio jeito, mas ao contrário do estereótipo romântico, eles têm defeitos, sim. Essa é justamente a questão abordada nas páginas de qualquer livro da série, pois por ser um romance de época, a sociedade influenciava, e muito, nas opiniões das pessoas (o que, por um lado, não é muito diferente dos dias atuais), e para ajudar, o fator em comum de todos os livros é uma colunista fictícia no jornal do enredo, chamada Lady Whistledown, que descrevia os bailes de uma maneira muito... própria, atribuindo vários adjetivos e, de certa forma, julgando os convidados. Ela ficou responsável por revelar aos cidadãos todos os detalhes que ninguém descobriria sozinho, o que, pode-se dizer, só torna ainda maior o desejo por parte de todos de descobrir quem é ela, já que Lady Whistledown é seu pseudônimo.



Em “Os Segredos de Colin Bridgerton”, o terceiro filho, Colin, que vive viajando para vários lugares da Europa, está agora com 33 anos e já passou da hora de se casar, o que apenas contribui para a insistência de sua mãe, Violet, em arrumar-lhe uma esposa na temporada em que vem passar alguns dias com a família.
Penelope Featherington, uma moça de 28 anos, já se conforma com sua situação de “solteirona”, por vários fatores (descritos no livro, no spoilers), que incluem até mesmo sua mãe, que após passar nove temporadas (equivalente a nove anos) tentando arrumar-lhe um pretendente, desistiu da missão. O que a sociedade não sabe, é que, apesar de quieta e reservada, Penelope é muito inteligente e sagaz, qualidades estas que serão descobertas por Colin, que até então, nunca a considerara nada além de uma conhecida de tempos, e melhor amiga de sua irmã, Eloise. Porém, o que dificulta o relacionamento é os segredos íntimos que cada um tem, e que, para que possam ficar juntos, têm de compartilhá-los (vai por mim, nesse caso não é tão fácil assim).
Apesar de todo o romance do livro, esse ainda é o “menos romântico”, em comparação aos três anteriores, pois aborda muito mais as próprias características dos personagens, e a identidade de Lady Whistledown do que apenas a “história de amor”, o que, de forma alguma, rebaixou-o em relação aos outros.
Pontos positivos: personagens muito bem construídos, enredo envolvente, muito bem escrito.
Pontos negativos: meu preconceito foi em relação ao título, já que durante o livro, os segredos do personagem Colin acabam por não ser o principal assunto da obra, como sugere o próprio título.
Genialidade da autora: como o narrador é em terceira pessoa, pode-se ter uma opinião do ponto de vista tanto do personagem principal feminino quanto do masculino, o que situa bem o leitor, independente do seu sexo. Ao longo da história, desenrolam-se fatos que se relacionam com outros que aconteceram no livro, sempre buscando algum elo com os outros volumes, mas ao mesmo tempo, não é necessário ter lido-os para entender o contexto, o que é muito bom, por que não deixa cada historia isolada uma da outra, esse é meio que o “fator coesivo” do livro. Muito bom mesmo (pontos pra Julia Queen).
Notas da leitora: Identifiquei-me muito com esse livro, principalmente com Colin, pois vi nele meus medos e minhas dificuldades, e por um lado, minhas soluções para isso estavam bem ali, em ações como as de Penelope, por exemplo. Eu sei que esse trecho está completamente descontextualizado, mas estou fazendo o máximo para não dar spoilers.

De uma forma geral, para quem gosta de romances, principalmente de época, esse é imperdível, e para quem lê outro gênero e pretende mudar, Os Segredos de Colin Bridgerton é perfeito para dar uma leve introduzida no quesito “fofura”, em relação aos outros três. Merece, portanto, minhas queridas 4,5 estrelas.