domingo, 4 de fevereiro de 2018

De momento

Tenho vontade de escrever um milhão de coisas pra você, mas ao mesmo tempo, sinto que eu nao deva dizer nada. Fico entre fazer por fraquezas, que me levam a contar tudo o que eu acho sobre você, sobre nós, e não fazer por responsabilidade. Ser madura, ser gente grande. Quem disse que eu estou pronta? Quem disse que eu sou madura? Com pouco menos de duas décadas nas costas eu ainda não sei lidar com metade dos meus problemas, e talvez aos cinquenta eu esteja assim também. Não sei tomar decisões difíceis todas as vezes, e meu medo de jovem, medo da vida, é natural. Só que não se pode viver com medo da vida. É assim que a gente cresce. Aprendi que a gente cresce não quando faz aniversário, quando fica maior, ou "um pouquinho a cada dia". Acho que crescemos a cada decisão importante que não sabemos tomar. Acho que o que vai determinar se avançamos ou voltamos uma casa no nosso tabuleiro é o modo ao qual reagimos diante dos problemas. Ultimamente eu tenho retrocedido tanto nesse jogo da vida... Minha ansiedade e meu medo me impedem sequer de jogar os dados. Perdi tempo, e isso é uma das coisas que eu não quero fazer. Não quero perder tempo com medo do que pode acontecer. Não quero olhar pra trás e pensar que "era tão fácil". Não quero deixar de ser feliz me preocupando com o futuro. Cansei de andar pra trás; mas, se eu for andar pra frente, que seja com disposição, por que a coragem está do meu lado agora, sussurrando coisas boas no meu ouvido. Acho que estou madura no momento.
Mas...
Uma pessoa madura é uma pessoa que cresce sempre, a cada decisão?
Não sei.
Talvez quando eu descobrir eu também cresça mais um pouco.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Forte

É difícil me concentrar quando eu sinto meu coração bater tão forte (ansiedade). Encho o papel de palavras por que aquele mesmo coração já extravasa em sentimentos (muitos ainda sem nome). Mas as pessoas são assim também. É possível gostar de alguém sem mesmo saber seu nome. Se nominar é dominar, então minha necessidade de entender o que acontece o tempo todo está explicada. Diante da sensação de pequenez e impotência, fragilidade, me sinto dominada por meus sentimentos. É como uma grande e majestosa tempestade; que bate com força agressivamente nas pedras enquanto as destrói. É lindo, mas assusta. Aliás, acho que essa frase pode resumir o processo de apaixonar-se: "é lindo, mas assusta". Minhas ondas estão nas curvas dessas letras. É possível ver a tempestade em traços mais ou menos dominados. É possível ver o perigo dessa tempestade nas minhas atitudes, ou conflitos internos. Se vejo a calmaria por parte do outro lado, das pedras, como uma onda, já sinto vontade de arrebentar. De bater tão forte até retirar pedaços, quebrar a rocha e ver o farelo se diluir nas ondas. Talvez possuir pedaços dessas pedras seja dominá-las também. Essa é uma manifestação de um dos sentimentos que eu considero mais primitivos: medo. Do que, exatamente? Não sei. O fato das pedras continuarem firmes e resistirem, sólidas, incomoda. Como elas também não sentem o mesmo medo que eu sinto? Como elas não sentem medo da tempestade toda? Com inveja da perfeição intacta das pedras, as ondas querem bater cada vez mais forte. Mas quando delas se soltam os pedaços, o mar pede desculpas. O mar chora em prantos que não curam as pedras, mas elas perdoam-no, por que entendem que é isso que a tempestade faz. Essa é a sua natureza, maior do que o controle dos seus próprios sentimentos. No fim, a tempestade passa, e as águas convivem junto às pedras. Até que ambos se beijem novamente e seus corpos se misturem, quando começa outra tempestade.Cíclico. Esse mar repleto de sentimentos também acaba cheio de vergonha de sua própria natureza. Autodestrutiva?