É difícil me concentrar quando eu sinto meu coração bater tão forte (ansiedade). Encho o papel de palavras por que aquele mesmo coração já extravasa em sentimentos (muitos ainda sem nome). Mas as pessoas são assim também. É possível gostar de alguém sem mesmo saber seu nome. Se nominar é dominar, então minha necessidade de entender o que acontece o tempo todo está explicada. Diante da sensação de pequenez e impotência, fragilidade, me sinto dominada por meus sentimentos. É como uma grande e majestosa tempestade; que bate com força agressivamente nas pedras enquanto as destrói. É lindo, mas assusta. Aliás, acho que essa frase pode resumir o processo de apaixonar-se: "é lindo, mas assusta". Minhas ondas estão nas curvas dessas letras. É possível ver a tempestade em traços mais ou menos dominados. É possível ver o perigo dessa tempestade nas minhas atitudes, ou conflitos internos. Se vejo a calmaria por parte do outro lado, das pedras, como uma onda, já sinto vontade de arrebentar. De bater tão forte até retirar pedaços, quebrar a rocha e ver o farelo se diluir nas ondas. Talvez possuir pedaços dessas pedras seja dominá-las também. Essa é uma manifestação de um dos sentimentos que eu considero mais primitivos: medo. Do que, exatamente? Não sei. O fato das pedras continuarem firmes e resistirem, sólidas, incomoda. Como elas também não sentem o mesmo medo que eu sinto? Como elas não sentem medo da tempestade toda? Com inveja da perfeição intacta das pedras, as ondas querem bater cada vez mais forte. Mas quando delas se soltam os pedaços, o mar pede desculpas. O mar chora em prantos que não curam as pedras, mas elas perdoam-no, por que entendem que é isso que a tempestade faz. Essa é a sua natureza, maior do que o controle dos seus próprios sentimentos. No fim, a tempestade passa, e as águas convivem junto às pedras. Até que ambos se beijem novamente e seus corpos se misturem, quando começa outra tempestade.Cíclico. Esse mar repleto de sentimentos também acaba cheio de vergonha de sua própria natureza. Autodestrutiva?
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